A Bancada Feminina da Assembleia Legislativa do Paraná se reuniu na manhã desta terça-feira (11) com cerca de 20 de magistradas do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR) para debater formas de alinhar ações entre os Poderes Legislativo e Judiciário com o objetivo de fortalecer a presença feminina em espaços decisórios da sociedade. A reunião foi conduzida pela líder da Bancada Feminina, deputada Mabel Canto (PSDB), e contou com a participação de desembargadoras, juízas e participantes do grupo Antígona, composto por mais de 200 magistradas ativas e inativas do TJ-PR.
Participaram do encontro as deputadas Cristina Silvestri (PSDB), Marcia Huçulak (PSD), Luciana Rafagnin (PT), Cantora Mara Lima (Republicanos) e a Procuradora da Mulher da Assembleia, deputada Cloara Pinheiro (PSD). Também integram a bancada as deputadas Marli Paulino (Solidariedade), a segunda secretária da Assembleia, deputada Maria Victoria (PP), além das deputadas Ana Júlia (PT) e Flavia Francischini (União).
A deputada Mabel Canto destacou a necessidade de ampliar o trabalho conjunto entre os poderes constituídos do Estado para reforçar os mecanismos de inserção da mulher em espaços de decisão. “É importante estreitarmos estes laços. Temos de alcançar mais espaços dentro da Assembleia. O mesmo se dá com as magistradas dentro do Poder Judiciário. São as mulheres do Estado que vão ganhar com isto”, frisou.
A parlamentar reforçou que o objetivo do encontro promovido pela Bancada Feminina da Assembleia é propor união entre mulheres dos órgãos da administração pública. “O grupo Antígona é composto por magistradas que lutam pela questão da igualdade de gênero, assim como nós fazemos aqui na Assembleia. Acho muito importante estabelecer parcerias. Quando há essa junção de dois poderes falando sobre a mulher, toda a sociedade paranaense, principalmente as mulheres, ganha”, comentou.
A Coordenadora do Grupo Antígona, juíza Laryssa Angélica Copack Muniz, ressaltou que o encontro, mais que celebrar, é importante para que pontes entre as mulheres dos dois poderes sejam construídas. “A força da mulher está nesse coletivo. Queremos esta cooperação para decidir os rumos dos poderes. Um colegiado mais plural vai resultar em pensamentos mais plurais”, comentou. “Nós temos uma pauta muito comum, que é a questão do gênero. Podemos trabalhar nas duas frentes com iniciativas que tenham como propósito a paridade de gênero. Então, o primeiro passo para que trabalhemos juntos é que nós saibamos o que cada uma está fazendo”, completou.
Parceria
A deputada Mabel Canto lembrou que a Assembleia e o Tribunal de Justiça já atuam juntos em pautas de combate à violência contra a mulher, com o objetivo de fortalecer a rede de enfrentamento à violência doméstica familiar. É o caso da atuação do Legislativo com a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID) do TJ-PR, comandado pela desembargadora Ana Lúcia Lourenço. O órgão é responsável pela elaboração e execução de políticas públicas no Poder Judiciário relativas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
A desembargadora Ana Lúcia Lourenço reforçou a necessidade de integração e ampliação destas ações. Ela também destacou que o trabalho entre as duas instituições permite o crescimento da participação feminina. “As mulheres não são convidadas a participar de espaços estratégicos de poder”, reforçou.
Participações
O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano (PSD), e o primeiro secretário do Poder Legislativo, deputado Alexandre Curi (PSD), também marcaram presença na reunião. Traiano lembrou que hoje a Assembleia conta com a maior representatividade feminina da história, com uma bancada formada por 10 deputadas, além da implantação da Procuradoria da Mulher e a criação da Bancada Feminina, com uma série de direitos previstos em regimento. “Um movimento como o de hoje desperta a necessidade de mais mulheres no contexto político”, disse.
Já o deputado Alexandre Curi recordou o repasse financeiro assegurado pela Assembleia Legislativa ao Fundo Estadual dos Diretos da Mulher. A destinação R$ 2 milhões para o órgão faz parte de uma solicitação da Bancada Feminina da Assembleia. Os recursos são da própria Casa e fazem parte das economias anualmente devolvidas pelo Legislativo aos cofres públicos. “Estamos cada vez mais avançado com a presença das mulheres na Assembleia Legislativa. Temos deputadas fazendo diferença”.