11/08/2005 18h48 | por Flávia Prazeres
Para Editoria de PolíticaDistribuído em 11/08/05Jornalista: Flávia Prazeres No Rio de Janeiro já foi dado início a campanha pela abolição do comércio de armas de fogo e munição e o deputado paranaense Ratinho Junior (PPS) esteve presente na movimentação. O parlamentar é um dos defensores da aprovação do Estatuto do Desarmamento no Congresso Federal, e também do referendo popular que irá indagar as pessoas sobre a questão de vendas de armas no país.A Campanha Nacional do Sim que está sendo lançada na capital carioca nesta quinta-feira (11) defende o voto pela abolição do comércio de armas de fogo e munição, no referendo de 23 de outubro de 2005, quando a população brasileira deverá ir às urnas responder se são favoráveis ou contra a venda de armas no país. Participaram do lançamento representantes de diferentes redes de atuação social, como Igrejas, Organizações Não-Governamentais (ONGs), artistas e parlamentares, entre outras lideranças regionais e nacionais. Ratinho Junior entrou neste manifesto ao apresentar na Assembléia Legislativa um projeto que concedeu bônus pecuniário a todos os policiais civis e militares pela apreensão de armas. Nesse sentido, o projeto recebeu uma emenda estendendo o benefício a toda população, sendo estabelecido um valor de R$ 100,00 por cada arma apreendida ou devolvida às autoridades. O projeto, que virou lei estadual acabou sendo copiado por outros Estados brasileiros. A lei estadual também foi inserida na Lei Federal do Desarmamento. No cenário federal, a campanha pelo desarmamento é representada pela denominada “Frente Parlamentar por um Brasil Sem Armas”, cujo presidente é o senador Renan Calheiros (PMDB–AL) e por seu secretário executivo, deputado federal Raul Jungman (PPS–PE).PRÓS E CONTRAS – Entre os deputados paranaenses há também aqueles que defendem o comércio de armas, ou melhor, que os cidadãos possam permanecer com elas em casa para sua legítima defesa. Um deles é o deputado e delegado Mário Sérgio Bradock (PMDB) que defende a posse de armas no recinto doméstico, pois ele acredita ser um direito do cidadão, e que isso causa as pessoas uma certa sensação de proteção. Para ele, o desarmamento não irá acabar com o comércio ilegal “um dos principais geradores de violência e homicídio no país”, ressalta.Do outro lado, está o deputado Ratinho Junior que atua em defesa do desarmamento, endossando o referendo popular. “Com o referendo as pessoas poderão expressar a opinião delas sobre a venda de armas no país. E, assim, saberemos se elas são a favor ou contra o comércio de armas no Brasil”, afirma.Diversas entidades também estão nesta campanha, bem como meios de comunicação, autoridades e pessoas do meio artístico. A revista da MTV deste mês traz em suas páginas algumas informações sobre a questão, com o seguinte slogan: “Desarmamento é preciso. Viver anda muito perigoso”. De acordo com a publicação, que aborda músicas direcionadas ao público jovem, 325.551 pessoas morreram feridas por arma de fogo nos últimos 10 anos no Brasil, um número maior do que o de vítimas acometidos nos 26 conflitos armados existente no mundo, incluindo a Guerra do Golfo e a disputa de terras entre a Palestina e Israel. A revista expressa também, que “a bala é a terceira causa de mortes no Brasil. As únicas coisas que matam mais que tiros no Brasil são as doenças no cérebro e as cardiovasculares”. E ainda, “um de cada três jovens que morrem no país é de ferimento causado por arma. No Brasil, essa é a principal causa da mortalidade na juventude. Do número total de mortos por arma de fogo, de 1979 a 2003, 205.722 (44,1%) eram jovens entre 15 e 24 anos”. A revista encerra o assunto com a frase: “Revólver nem de brinquedo”.