O novo coronavírus não deve ser um impedimento para mães amamentarem seus bebês, mesmo com sintomas, suspeitas ou confirmação da Covid-19. "Amamentação não passa doença, passa saúde." A frase simbólica é de Jéssica Luiz Dinardi, chefe da Divisão da Saúde da Criança e Adolescente da Secretaria de Estado da Saúde (SESA). Em conversa no programa Assembleia Entrevista, da TV Assembleia, a especialista orienta que mães não devem interromper o aleitamento por nenhuma hipótese.
Jéssica explica que, até o momento, não existem estudos que comprovem a transmissão da Covid-19 pelo leite materno. "Em relação ao coronavírus, não temos estudos da passagem pelo leite. O que temos até a data de hoje é que o vírus não é transmitido dessa forma. Portanto, a orientação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que as mães continuem amamentando mesmo com a suspeita, sintomas ou a confirmação de Covid-19", diz.
A especialista explica que isto, porém, deve ser feito de forma segura, preservando a saúde do bebê. "O que devemos salientar é que a mãe tem de fazer toda a higiene necessária para alimentar esta criança. Precisa usar máscara, lavar as mãos e tossir e limpar as vias aéreas antes de amamentar. Se a mãe não se sentir confortável para amamentar, ela pode retirar o leite e passar para que uma pessoa saudável dê à criança", orienta.
Jéssica diz que, sob todas as hipóteses, as recomendações são que aleitamento continue. "O risco que a amamentação representa é muito menor que os benefícios. Este alimento vai trazer imunidade para a criança. Quando a mãe está amamentando e o bebê fica doente, pelo simples fato de encostar a boca no seio o organismo produz um leite diferente para suprir as necessidades da criança", conta.
Segundo Jéssica, estes benefícios do aleitamento são inúmeros, tanto para o bebê quanto para a mãe. "Temos comprovação de que crianças amamentadas têm menos infecções e alergias que crianças que não foram. Além disso, previne mortalidade. Pesquisas mostram ainda que o coeficiente de inteligência em crianças amamentadas é muito maior. Já para a mulher, há a redução de câncer de mama e de ovário", revela.
Para a especialista, a pandemia do novo coronavírus não pode contribuir ainda mais para diminuição dos índices de amamentação no país. "Atualmente, nem 50% das crianças são amamentadas no Brasil. O número vem crescendo, mas ainda não é satisfatório. Precisamos aumentar esse índice. A pandemia não impede, pelo contrário, vem mostrar ainda mais importância para as crianças. Leite ajuda na maturação pulmonar, protegendo vias aéreas e auxiliando no combate ao coronavírus", encerra.
A íntegra do programa com a chefe da Divisão da Saúde da Criança e Adolescente da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), Jéssica Luiz Dinardi, pode ser assistida pela TV Assembleia, através da Claro/Net canal 16 e 20.2 em canal aberto e também no canal do Youtube no link: https://bit.ly/3k705Ag.