Liderança do Pmdb

05/05/2009 18h25 | por Zé Beto Maciel/Ronildo Pimentel/Francisco Vitelli / h2foz@hotmail.com – zbm@luizromanelli.com.br – ronipimentel@hotmail.com / (41)9241-2401/(41)3350-4
O jornal O Estado de S. Paulo de hoje (terça-feira, 5) traz o seguinte texto, “A Lei de Anistia não apagou todos os crimes praticados durante a ditadura militar. A polêmica, que já foi travada internamente no governo e espera um veredito do Supremo Tribunal Federal (STF) foi antecipada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no julgamento de um caso específico que eu conheço bem. Por três votos a dois, uma das turmas do STJ condenou a União a indenizar, por danos morais, em R$ 100 mil, as filhas de Álvaro Eugênio Cabral, ex-vereador de Rolândia, preso em 1964, durante a ditadura militar. No julgamento os ministros entenderam que a prisão de Cabral configurou-se como crime contra a humanidade e por isso é imprescritível na visão que a gente tem. O relator da ação, ministro Luiz Fux, disse ser inquestionável a responsabilidade da União. Diante disso confirmou a decisão da Justiça Federal que já havia condenado a União a indenizar as filhas deste ex-vereador de Rolândia”.Começo fazendo esta citação pelo seguinte, existem os que acreditam que a anistia apagou tudo. Só que não apagou coisa nenhuma. Acho que esta batalha deve ser continuada. Olha, a presença da senhora Maria Botelho aqui a pouquinho é uma coisa extremamente dramática. O que é que estes detentores do poder fizeram com o povo brasileiro? Não dá para a gente ficar no esquecimento. Agora ainda conversei com o Antonio Carlos Novaes Pimpão Ferreira, que era praticamente uma criança quando ele, o pai dele, Albor Pimpão Ferreira, lá de Arapongas, quando eles foram presos pela ditadura militar, mais o líder estudantil Abis Evaristo Toss e o doutor Fonfúcio Barbário. O corpo do doutor Ornelas não pode ser visto por ninguém. Ele voltou de Brasília encaixotado. Um aparato inusitado foi montado para que a cidade, por exemplo, pelo menos aqueles que gostariam de homenageá-lo pudessem estar ali presentes.Então estes crimes que foram praticados aqui são crimes sim contra a humanidade e eles precisam ser punidos. Aqui também, veja bem a coincidência presidente Luiz Carlos Delazari e aos demais membros da Comissão. Veja companheiro Orlando Pessuti, o (Luiz Cláudio) Romanelli e os demais componentes da mesa, a coincidência. Hoje nós estamos aqui reunidos para simbolicamente fazer uma reparação pública daquilo que aconteceu. Mas veja bem, aqui o próprio jornal diz assim “Documento derrubou versão inicial dos militares no caso do Rubens Paiva”. Não foram encontrados os ossos do Rubens Paiva até hoje e o regime mentiu descaradamente durante todo este tempo. Agora, através da pesquisa, do aprofundamento na busca da verdade, se descobre como já tínhamos certeza que o deputado Rubens Paiva tinha sido assassinado. Então, me lembro que há pouco ainda, aqui na Assembleia Legislativa, quando a discussão em torno daquele furto que o rabino Sobel, Henry Sobel, tinha feito nos Estados Unidos e estava sendo discutido, lembro que fui à Tribuna para dizer o seguinte, todos sabem que na cultura dos judeus, quando alguém se suicida, é enterrado a parte dos outros sepultamentos. Então se batia no rabino Sobel naquela oportunidade porque tinha acontecido aquilo. Talvez os cientistas, os médicos podem ter uma resposta para este acontecimento, a falta de qualquer produto químico no cérebro, onde fica muitas vezes o comportamento de nós seres humanos. Me lembro que quando trouxeram para o rabino a notícia de que o Wladimir Herzog, jornalista e nosso companheiro tinha se suicidado, o rabino, ao receber o corpo do Herzog se recusou a fazer o sepultamento naquela área onde está reservada para aqueles que se suicidam. O que o rabino falou? “O Herzog não se suicidou, ele foi assassinado pela ditadura militar”. E ali nós tivemos um corte naquela situação, porque me lembro bem que dias após o rabino Sobel, israelita, juntamente com Dom Paulo Evaristo Arns, promoveram um culto ecumênico nas escadarias da Arquidiocese de São Paulo. E aí o mundo todo tomou conhecimento que a ditadura aqui prendia ilegalmente, torturava e matava. Então, não se constrói uma nação sem a presença da coragem. E esta coragem está aqui, os que estão vivos estão representando a coragem daqueles que já se foram. Então, quantos brasileiros se levantaram contra o arbítrio, contra a injustiça, contra o banditismo de estado que a gente vê todos os dias aí, banditismo ser praticado lá no Iraque, no Afeganistão, lá no Irã. Os bandidos estão aí. Então a coragem que nós precisamos é de a gente não se conformar nunca com aquilo que nos impuseram. Imaginem, por exemplo, jovens como eu, muitos anos atrás, quando saímos, companheiro Marés, Alzerir, nós saímos por aí porque não concordávamos com a violência que era praticada pelo estado discricionário, pela contra-revolução que chegou ao poder aqui no Brasil e muitas vezes Delazari, quando a gente fala isto, dizem “ó, o revanchista”. Ah, sei. Revanchista. Eles estraçalham as pessoas, humilham, matam, antes a torturam e querem sair por aí como se nada tivesse acontecido.A anistia caminha no sentido da gente fazer um apagão no nosso cérebro é impossível. Me lembro do Brianezzi e do Antônio dos Três Reis de Oliveira, lá de Apucarana, como me lembro do vereador lá de Rolândia torturado a exaustão. Lembro, era prefeito do meu município quando falaram, “olha, o Abelardo, que era meu vice, desapareceu”. Então saí correndo da prefeitura e fui para a casa dele e falaram para não ir porque o pessoal do Exército estava lá. Estava lá o capitão Romariz, do 30º de Apucarana. E daí, o que fizeram com o Abelardo? Meteram ele no porta-malas de um carro, desapareceram aquela coisa toda, desapareceu aqui. A ditadura já estava, não sei se podemos falar isto, menos virulenta do que do começo. Então a gente se lembra disto, destas coisas. Então vocês devem se orgulhar, da discussão pela paz. Muita gente não vai conseguir esquecer nunca o que eles fizeram. Nunca vamos esquecer. Medo? Medo do quê? Daqueles que agridem a lei, a Justiça, aqueles que rasgam as constituições, aqueles que não se submetem a vontade popular como fizeram naquela contra-revolução de 1964, quando o povo brasileiro estava se organizando, veio a contra-revolução para desorganizar tudo. Dizem as mulheres, a Federação das Mulheres, os estudantes, estou vendo aqui o Vitório Seratiuk. Nós não temos direito de esquecer daquilo que fizeram. Vocês são aquilo que o povo brasileiro produziu.Obrigado!

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