10/04/2006 19h18 | por Miguel Ângelo
O aumento da criminalidade em Ponta Grossa, uma das maiores cidades do interior do Paraná está assustando a comunidade. O alerta partiu do deputado Plauto Miró Guimarães (PFL)Ele lembrou que há alguns meses Ponta Grossa recebeu uma força-tarefa designada pela Secretaria de Segurança Pública, que por cerca de 15 dias tornou a cidade uma das mais tranqüilas. “Pena que esta investida sobre os bandidos foi passageira, para não dizer fantasiosa”, reclamou o parlamentar. Isso porque tão logo a força-tarefa foi embora, as ruas voltaram a ser tomadas por criminosos. “O crescimento da criminalidade em Ponta Grossa é vertiginoso”, disse. Como exemplo, citou que foi o tráfico que no dia 27 de março executou Joel Bueno, 34 anos, no trevo do bairro Santa Mônica. “Também foi o tráfico, que embalou com crack as facadas que assassinaram o jovem Joel Andrade, na madrugada do dia 26 de março, na rodoviária de Ponta Grossa”, relatou. Outro caso de violência citado pelo deputado, foi o do estudante Alan William Vieira, 13 anos, encontrado morto no dia 1º de março. “Este mesmo tráfico, que corrompe, que abusa sexualmente e mata as crianças, exibe um poder de fogo assustador, de dar inveja aos policiais”, disse, se referindo à prisão de uma quadrilha de traficantes em Ponta Grossa, que usava armamento pesado como granadas, pistolas, revólveres e até mesmo uma sub-metralhadora Uzi, do exército de Israel. “É uma mostra de que a dura realidade das favelas do Rio de Janeiro e de São Paulo está presente também na nossa outrora tranqüila e pacata cidade de Ponta Grossa”.Para o deputado, o problema deve merecer atitudes urgentes das autoridades. “Nós perguntamos: o que faz o governador para reverter este problema. Nas últimas duas semanas, o governo do Estado deu dois sonoros ‘não’ à Ponta Grossa”, disse. Plauto explicou que o governo não liberou R$ 100 mil reais para construção de mais oito celas, 32 vagas a mais no presídio Hildebrando de Souza, que hoje abriga 260 presos em 112 vagas. “A superlotação impede que polícia cumpra mandados de prisão de mais 1.500 criminosos, que continuam soltos nas ruas”, denunciou.Além disso, segundo o deputado, o governo avisou que não vai mandar os 100 novos policiais que deveriam reforçar o efetivo. Mas há também falha em programas preventivos. “No caso das crianças, a estrutura de atendimento disponibilizada é insuficiente, tanto no sentido de gerar oportunidades para formação de novos cidadãos, quanto na ressocialização daqueles que já na infância caíram no abismo do crime”, criticou.O deputado fez um apelo para que o governo deixe de gastar dinheiro em mídia para dizer que a segurança pública no Paraná e em Ponta Grossa vai muito bem, “pois os números da criminalidade mostram que tudo isso não é verdade”, finalizou.Liderança da OposiçãoFone: 3350-4193Miguel Ângelo