A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional que investiga a violência contra a mulher realizou nesta quarta-feira (2), no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná, uma reunião preparatória para debater situações de violência contra a mulher, propor políticas públicas e começar a traçar o diagnóstico de casos no estado. Membro da CPMI, o deputado federal Dr. Rosinha (PT) explicou que o objetivo da Comissão é estudar a impunidade e as políticas públicas a serem aplicadas em todos os estados. “No Paraná queremos saber qual é a política pública que o Estado oferece. Também queremos saber a razão dos boletins de ocorrência registrados nas delegacias não gerarem processos e a posição do Ministério Público", afirmou.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que a violência doméstica é uma das formas mais insidiosas de agressão às mulheres. Esta forma de violência representa a principal causa de lesões em mulheres entre 15 e 44 anos no mundo, e compromete 14,6% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina, aproximadamente U$ 170 bilhões. Para a líder da bancada do PT, deputada Luciana Rafagnin, o problema da violência contra as mulheres é muito grave no Paraná, principalmente por não haver uma secretaria estadual especializada. “Nós encontramos pouco apoio, não há psicólogos dentro das delegacias e praticamente não há casas de apoio”, disse. O deputado Professor Lemos (PT), por sua vez, destacou que a violência contra a mulher é muito grande no estado, citando como exemplo o bárbaro assassinato da menina Rachel Genofre, cujo corpo foi encontrado dentro de uma mala, na rodoferroviária de Curitiba, em 2008.
A CPMI é presidida pela deputada federal Jô Moraes (PC do B/MG) e tem como relatora a senadora Ana Rita (PT/ES). A comissão vai visitar os 10 estados mais violentos, além dos quatro mais populosos do País antes de entregar para a sociedade o relatório final da CPMI.