28/08/2006 19h48 | por Flávia Prazeres
Para Editoria de PolíticaDistribuído em 28/08/06Jornalista: Flávia PrazeresA Assembléia Legislativa comemorou nesta segunda-feira (28) os 153 anos de emancipação política do Paraná, a data celebrada anualmente em 19 de dezembro também é lembrada em agosto, pois é neste mês que foi promulgada a Lei nº 704, que fez com que o Estado passasse da condição de Comarca de São Paulo à Província. O evento é uma iniciativa do Movimento Pró-Paraná.“Dois movimentos ocorridos no Brasil Imperial contribuíram para a emancipação do Paraná: a Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul (1835) e a Revolta Liberal em São Paulo (1842)”, destacou a deputada Cida Borghetti (PP).A parlamentar ainda fez referência a origem do termo “paranismo”, usado pela primeira vez em 1906 por Domingos Nascimento, que significa: natural e amigo do Paraná. E ainda externou, em seu pronunciamento, a homenagem a todos os paranaenses. “Todos aqueles que de forma anônima ajudaram na construção deste pujante Estado”, reiterou a deputada.A professora, historiadora e representante da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Clotilde Germiniani, fez referência ao desenvolvimento do estado paranaense, citando a comunicação ferroviária com o litoral em 1885, o que segundo ela representou um passo muito significativo para o progresso da capital e da Província. A historiadora também falou sobre os imigrantes de várias origens “que trouxeram a experiência e a cultura de seus países para o benefício de nossa sociedade”, completou.O vice-presidente do Movimento Pró-Paraná e coordenador do Comitê Cívico-Cultural, desembargador Luiz Renato Pedroso, também discursou durante a solenidade e definiu o Paraná como a “terra de todas as gentes”. Além disso, lembrou que a miscigenação foi a responsável pelo desenvolvimento e pelo progresso do Estado.HISTÓRIA – O processo de emancipação do Paraná teve início em 1811, através de manifesto da Câmara Municipal de Paranaguá, porém foi em 1842 que as bancadas mineira e baiana apresentaram um projeto de lei à Assembléia Geral, propondo a autonomia paranaense, sendo aprovado apenas em 1953.Originalmente, a lei falava em “Província de Curitiba”, nome substituído por Paraná, em homenagem ao grande rio. O primeiro presidente da nova província deveria ter sido Cruz Machado, mas acabou sendo nomeado o baiano Zacharias de Góes e Vasconcelos, de família abastada, que já havia presidido Sergipe e Piauí. Zacharias era professor universitário, fora deputado provincial, Ministro da Marinha e presidente do Conselho de Ministros. Durante o processo, São Paulo percebendo a emancipação eminente do Estado retirou os municípios de Cananéia e Iguape, mutilando o mapa da nova província. Outro dado interessante apontado pelo historiador Túlio Vargas é que houve um referendo para decidir qual seria a capital paranaense, embora Curitiba tivesse sido colocada na lei como a capital da Província. Além de Curitiba, outras duas cidades participaram: Guarapuava e Paranaguá. E Curitiba venceu de Paranaguá por apenas dois votos.