A paixão pelo motociclismo que vem da infância

29/11/2019 09h00 | por Thaís Facco / Alep
Nelti e sua paixâo : a motocicleta

Nelti e sua paixâo : a motocicletaCréditos: Orlando Kissner / Alep

Nelti e sua paixâo : a motocicleta

Nelti e sua paixâo : a motocicletaCréditos: Orlando Kissner / Alep

Nelti e sua paixâo : a motocicleta

Nelti e sua paixâo : a motocicletaCréditos: Orlando Kissner / Alep

Nelti e sua paixâo : a motocicleta

Nelti e sua paixâo : a motocicletaCréditos: Orlando Kissner / Alep

Nelti e sua paixâo : a motocicleta

O advogado Nelti Gonçalves de Souza tem no motociclismo seu hobby

 

Honra, igualdade, respeito e irmandade. Lema dos motociclistas que o advogado Nelti Gonçalves de Souza adota em sua vida. Ele, que é assessor jurídico do deputado Artagão Junior (PSB) na Assembleia Legislativa do Paraná, tem o motociclismo como paixão.

Uma paixão que vem desde a infância. Ele conta que cresceu vendo o pai, um dentista-prático, que para sustentar uma família de 10 filhos, praticava o ofício mesmo sem graduação. “Ele precisava trabalhar e desenvolver a sua atividade e como morávamos no interior, no Norte Velho do Paraná, ele se deslocava de motocicleta, com os materiais dentários que usava em duas bolsas que ele adaptou à moto”, relembrou.

“Nós sonhávamos em ter moto, porque nosso pai tinha e ele nos carregava nela. Ele vinha conosco do interior, de Wenceslau Braz, Pinhalão, Jabuti na garupa. Eu sentava entre ele e minha mãe e meu irmão, menor que eu. Ia no tanque. Naquela época não tinha as exigências de segurança que se tem hoje e era daquele jeito que nos andávamos”, recordou.

A paixão por moto vem desta vivência com seu pai. Depois de casado e de muito tempo sem moto, há quatro anos ele adquiriu uma motocicleta e ingressou em um moto clube evangélico, o AMM – Adventist Motorcycle Ministry (em português Ministério de Motociclistas Adventistas) e de lá para cá não parou mais. “Temos uma agenda de passeios, de trabalhos sociais e também faço meus passeios particulares com minha esposa, Janete”. Ela não pilota, mas o acompanha em quase tudo e também é integrante do moto clube.

O moto clube AMM é novo, nasceu em Tampa, na Flórida (EUA), em 2008 e veio para o Brasil em 2013. Com quase seis anos de fundação conta com mais de dois mil membros espalhados pelo país.

 

Colete e caveira

 

E a “irmandade” conta com algumas peculiaridades.

Por exemplo, o colete representa muito para eles. “Ser motociclista é fazer parte de uma irmandade, de uma família. E o colete significa isso”, afirmou, ao comentar que há todo um processo para se conquistar a vestimenta. Só depois de um ano de trabalhos ininterruptos no clube que você recebe o colete fechado. Com três meses de participação recebe-se uma camiseta e com seis meses um meio colete que contém duas insígnias (nome e logomarca do clube). “Em alguns motos clubes você precisa ser frequentador interrupto por três anos para poder receber o colete”, observou. “É uma paixão e depois que você passa a fazer parte desta família se você for viajar com o colete você é respeitado entre os motociclistas, é socorrido em caso de acidente ou falhas mecânicas”, contou.

Por exemplo, se acontecer qualquer problema com a moto, ou o praticante sofrer um acidente e não conseguir prosseguir com a viagem, basta tirar o colete e colocar ele estendido na moto que qualquer motociclista para e presta socorro, atende, sabero que precisa e ajuda. “É irmandade mesmo. E isso independe do moto clube que ele faça parte. Por isso, um dos nossos símbolos é a caveira. Muitos têm preconceito, acham que é uma imagem mística, de ocultismo, mas não tem nada haver. Ela é um símbolo de igualdade, por que todos nós sejamos brancos, pretos, amarelos ou vermelhos, temos uma ossada, uma caveira que é igual. Por isso que usamos este símbolo”, explicou.  

Os bottons nos coletes formam um mosaico das “conquistas”. “São de lugares que visitamos, dos encontros que participamos ou das viagens que fazemos. Há também as trocas de bottons que nos são oferecidos em forma de agradecimento”, explicou, ao afirmar que a família motociclista sobrevive de encontros e aventuras.

Mas não é só isso. O mais importante para ele é o atendimento às necessidades das pessoas. “O moto clube que não faz atividade social morre. Porque só de passeio, ele não sobrevive, porque tem uma hora que acaba, que não tem mais para onde ir, perde a graça. Mas nunca vai acabar o trabalho social, porque sempre há alguém necessitando de ajuda”, disse, ao observar que eles ajudam asilos, instituições infantis, pessoas carentes e necessitadas. “Nosso objetivo é passeio, diversão, entretenimento, mas também levar a literatura que divulgamos com uma palavra de apoio, de fé, de consolo, de família, de esperança”, pontuou.

 

Lado Bom e ruim

 

Dois fatos marcaram muito ele como motociclista. Um ruim foi um acidente que sofreu e o fez mudar de atitude e repensar a prática. Em uma viagem para Itararé, em São Paulo, para visitar parentes, na volta, pela Serra do Rastro da Serpente, com diversas curvas perigosas ele perdeu o controle da moto em uma destas curvas e caiu. Nada grave aconteceu, tanto que ele percorreu mais uns 300 km até o destino final, mas na chegada descobriu que havia deslocado o ombro. “Foi um momento traumático que me fez ter muito mais cuidado ao pilotar que tinha antes. Eu quase desisti, mas se eu largasse seria um cara frustrado pelo resto da vida. Temos que enfrentar as dificuldades e as adversidades. E hoje sou outro cara pilotando”, afirmou.

E a boa foi o resgate de uma pessoa que estava fora do contexto social, quase colocando fim à vida e que através do convite feito pelo grupo se recuperou e hoje é outra pessoa. “O convívio em família, entre os motociclistas faz com que as pessoas renasçam, se refaçam porque elas encontram um objetivo na vida”, afirmou.

Outro fato marcante foi quando entregaram uma casa que construíram para uma família muito pobre, que vivia em situação muito precária. “Foi um dia marcante, um casal em que os dois tiveram um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Eles moravam num lugar terrível, sujo, imundo, em uma casa velha, caindo aos pedaços”, contou. “O grupo foi lá, desmanchou tudo, realocou eles num local seguro e em mutirão construímos uma nova moradia para eles”, continuou. “Isso é compensador, ver a alegria deles foi gratificante. Porque conseguimos tudo isso através da união de forças”.

 

Caveira

 

Nelti explicou ainda que a paixão pelo motociclismo é passada de geração para geração. Três outros irmãos possuem moto, mas apenas Nelti participa de moto clube. As irmãs dele não gostam e nem se interessam pela prática. E, agora em dezembro, os irmãos vão realizar a primeira viagem juntos que será para Montevidéu, no Uruguai. Nelti e dona Janete têm dois filhos, Fernanda e Antoni e uma neta e, tanto os filhos quanto a neta, gostam de moto. Um sonho que ele deseja realizar é um dia poder fazer uma viagem de moto em família pelo Brasil.

Além de ser motociclista, Nelti também pratica outra atividade: joga tênis regularmente “Gosto muito da atividade e tenho um parceiro de jogadas há mais de 28 anos. E olha que ele, com 72 anos, me dá uns bailes”, contou o advogado de 65 anos que possui uma moto Suzuki V-Strom 1000 C. 

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